sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Atividades Lúdicas na Escola


A criança e as atividades lúdicas

Em princípio, devemos entender o jogo como uma atividade que obedece ao impulso mais profundo e básico da essência animal. Essa atividade se inicia em nossas vidas com os mais elementares movimentos, complicando-se até dominar a enorme complexidade do corpo humano.
Os primeiros jogos que a criança faz são os chamados jogos de exercício, utilizando como principal objetivo seu próprio corpo. Os bebês chupam suas mãos, emitem sons e repetem diversos movimentos sem finalidade utilitária.
A transição dos jogos de exercícios para os simbólicos marca o início de percepção de representações exteriores e a reprodução de um esquema sensório-motor fora de seus contextos.
Podemos dizer que o jogo simbólico é um jogo de exercício em que o que é exercitada é a imaginação.
Ao chegar ao período das operações concretas (por volta dos 7 anos de idade) a criança, pelas aquisições que fez, pode jogar atendo-se a normas. Surgem então os jogos de regras, e ela terá que abandonar a arbitrariedade que governava seus jogos para adaptar-se a um código comum, podendo ser criado por iniciativa própria ou por outras pessoas, mas que deverá acatar limite porque a violação das regras traz consigo um castigo.
Isso ajudará as crianças a aceitar o ponto de vista das demais, a limitar sua própria liberdade em favor dos outros, a ceder, a discutir e a compreender.
Quando se praticam jogos de grupo a experiência se engrandece, já que a sociabilidade é agregada à vida da criança, surgindo assim os primeiros sentimentos morais e a consciência de grupo.
Quando a criança joga compromete toda sua personalidade, não o faz para passar o tempo.
Pode-se dizer, sem dúvida, que o jogo é o "trabalho da infância" ao qual a criança dedica-se com prazer.
É fácil perceber, diante disso, o inegável valor educativo que a prática lúdica possui.
Muitos psicólogos afirmam que os primeiros anos são os mais importantes na vida do homem, sendo que a atividade central manifestada é o jogo.
É notável o que se pode aprender construindo seus próprios jogos, utilizando conceitos de plano inclinado, polias, velocidades etc., coisas que só serão ensinadas muito depois no período escolar.
O erro que muitos professores cometem é não valorizar em toda sua extensão essa atividade, extraindo o que ela contém de educativa.
Podemos sentir na criança que seu ingresso na escola é algo muito diferente de tudo que ela fez até então, que terá obrigações a cumprir, que sua vida dedicada ao jogo terá uma mudança brusca.
Temos que aprender a diferenciar o que significa o jogo para o adulto e para a criança. Para nós adultos, porque assim nos educou, o jogo é o que fazemos quando não se tem alguma coisa mais importante e desejamos preencher horas vazias com algum lazer. Para as crianças é todo um compromisso no qual lutam e se esforçam se algo não sai como querem.


Fonte:www.ines.gov.br/.../ati_proj_carmen_ludico.asp

O Xadrez nas Escolas


O xadrez como disciplina escolar

A idéia básica de se levar o xadrez até as escolas reside no fato de ele ser um esporte pedagógico, auxiliando no desenvolvimento das demais disciplinas curriculares. Quem não precisa, por exemplo, adquirir uma boa memória para guardar acontecimentos e datas quando está em uma aula de história? Qual de nós não tem necessidade de ter precisão nos cálculos matemáticos? Sem contar que o xadrez oferece um ambiente ímpar para desenvolvermos nossa criatividade, sendo ainda um excelente meio de recreação e de formação do caráter dos jovens.
Esses fatores, aliados a outros tantos, têm contribuído para que grandes partes das escolas do sul do Brasil, além de inúmeras no estado de São Paulo e também em diversas regiões do país, adotem o xadrez como disciplina obrigatória ou opcional.
O imenso mérito do xadrez é que ele responde a uma das preocupações fundamentais do ensino moderno: dar a possibilidade de cada aluno progredir segundo seu próprio ritmo, valorizando assim a motivação pessoal do escolar.
Piaget mostrou quais eram as etapas da formação da inteligência da criança. Observando-se grupos de crianças jogando xadrez constata-se que os progressos atingidos nestas etapas seguem ritmos extremamente diferentes, o que permite concluir da importância de se aplicar uma pedagogia de níveis preferencialmente a uma pedagogia orientada para classes da mesma idade.
Enfim, numa época onde o sonho confesso de uma revolução pedagógica é aquele de eliminar a barreira professor-aluno, é preciso reconhecer no xadrez esta virtude: ele não aceita nem o respeito da idade nem aquele da notoriedade. O ensino enxadrístico pode inverter a relação professor-aluno, colocando em xeque as hierarquias instituídas na sala de aula.
Experiências realizadas em diversos países demonstram que o xadrez, quando utilizado como terapia ocupacional, contribui para a reinserção familiar e social de crianças, adolescentes e mesmo adultos infratores ou em liberdade assistida.
Além disso, quando ele é introduzido nas classes de baixo rendimento escolar, auxilia ao desenvolvimento do sentimento de autoconfiança visto que apresenta uma situação na qual os alunos têm a oportunidade de descobrir uma atividade onde podem se destacar e paralelamente progredir em outras disciplinas acadêmicas.
O xadrez como suporte pedagógico para outras disciplinas
Trabalhos em psicopedagoga demonstram que o xadrez é um precioso coadjuvante escolar, e até psicológico. Assim, pode-se utilizar inicialmente a motivação quase espontânea do aluno em relação ao xadrez visando provocar ou facilitar a sua compreensão em outras disciplinas. Em uma segunda etapa, extrapola-se o universo artificial criado pelas regras do jogo como modelo de estudos de situações concretas. Isto pode aplicar-se a todos os campos do conhecimento - à história, à sociologia, ao direito, à jurisprudência, à literatura, à epistemologia entre outros - e sobretudo à matemática e à pedagogia.
No que concerne à pedagogia, o xadrez permite repensar a relação professor-aluno. A estratégia do ensino é bem próxima da estratégia do xadrez, pois dialética e autocrítica ocupam um lugar primordial e o vencido se enriquece mais que o vencedor.

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